As três empresas que a Amazon pode comprar para se expandir no Brasil
Em relatório divulgado nesta quinta-feira (24), o BTG sequer citou a possibilidade de a Amazon se interessar pela compra da Saraiva no Brasil. Citou, por outro lado, algumas opções mais prováveis, e uma “óbvia” porta de entrada para a América Latina: o argentino Mercado Livre.
O relatório foi lançado após o anúncio de que o marketplace da Amazon, plataforma através da qual vendedores independentes podem fechar negócios dentro de um ambiente com “selo” da gigante, terá lançamento adiado em terras brasileiras. Ele deveria chegar ao país neste ano, mas virá apenas em 2018.
Líder entre as plataformas de marketplace onde atua, o Mercado Livre disse em entrevista que não teme a ameaça da gigante. No México, mercado onde ambas as companhias atuam nessa frente, a latina está, com folga, à frente da norte-americana. “Os números mostram que nossa estratégia funciona”, disse o presidente da companhia, Marcos Galperin.
Segundo o banco, a maior parte das aquisições da gigante de Bezos desde a sua criação em 1996 “teve um ou mais dos seguintes elementos: uma equipe de gestão fantástica e/ou inovação que a companhia pode reter e replicar em outros países”.
Nos outros 17 mercados em que está presente, o Mercado Livre também demonstra solidez e foca em inovação, além de possuir plataformas que agregariam à Amazon para além do marketplace: Mercado Pago e Mercado Envio.
Por outro lado, a aquisição desse player tem um grande problema: o tamanho do investimento. Valendo US$ 11 bilhões, o MercadoLivre deveria receber uma proposta com algum prêmio, o que potencialmente desaguaria na aquisição mais cara da história da Amazon — a Whole Foods custou quase US$ 14 bilhões.
Alternativas brasileiras
Em sua análise, o BTG deixa claro que não assume em seu radar que a Amazon deve adquirir uma empresa brasileira. Ao mesmo tempo, não descarta essa opção e faz apostas: caso opte por uma aquisição brasileira, Magazine Luiza e B2W podem estar no radar da companhia, de acordo com o banco.
“A compra da Whole Foods mostrou que a Amazon não descarta comprar operações que trabalham com varejo físico, e não há dúvidas de que a equipe da Magazine Luiza tem feito um trabalho excelente nos últimos anos", escreveram os analistas do banco a respeito da Magazine.
Já no caso da B2W, a migração acelerada de seu modelo de negócios para uma estratégia de mercado muito mais centrada pode, na visão do BTG, ter um efeito significativamente positivo na rentabilidade e na geração de caixa.
Por que não a Saraiva?
No documento, de 29 páginas, a Livraria Saraiva sequer aparece na lista de opções analisadas. Para entender isso, basta voltar aos motivos que costumam fazer a Amazon considerar aquisições estratégicas. Não há, na Saraiva, a capacidade de replicar o negócio ou a grande capacidade inovadora necessárias.
Fonte: Infomoney [25/08/2017] [09h24]
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